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20.11.08

Plunk, a porca voadora.


Sobrevoou esse céu azul.
Minha cor se destaca.
Meu formato assusta.
Quem já viu uma porca voadora?
Eu.
Afinal sou uma.
Estou aqui no céu, procurando você.
Que anda pelas ruas da cidade.
Um porco como eu.
Mas que desistiu de voar.
Preferiu não mais se destacar.
Quis ser comum.
Sem sonhos.
Sem cor.
Sem vida.
Quis te salvar.
Mas você não quis.
Disse que queria ver o mundo com outros olhos
Hoje anda com os olhos baixos.
Vendo tudo a meio palmo do chão.
Em vez de ver tudo acima da multidão
Você queria aventura.
Queria tentar ser outra pessoa.
Esquecer quem foi.
Ser um novo porco.
Quis ser humano.
Quis fugir do amor real
E foi atrás de algo ilusório.
Não te culpo
Já que um dia também quis ser assim.
Até fui por certo tempo.
Mas você não me ouviu
Queria tentar algo por si só.
E eu espero.
Porque sei que a vida no chão
Só lhe trás desilusão.
Então te espero.
Espero o dia que você olhará para cima
E me ver.
Eu sou um ponto rosa, nesse céu azul.
Eu sou um coração pela metade.
Pois a outra metade foi viver no chão.
Você tem uma parte de mim.
E sempre terá.
Até resolver voltar.


Ps: ilustração feita por Brittany Winter: http://cheshirepanda.deviantart.com/art/Flying-Pig-79747407

Um comentário:

teleférico amarelo da cor azul do ocre verde mar. disse...

E olha o tempo ai. o tempo de cada um para ser o que bem quiser...
E talvez eu também seja algo no chão, mas não um porco! kkk